sexta-feira, fevereiro 23, 2007

José Afonso (1929-1987)



Há 20 anos despedimo-nos do Homem. Os 7 anos que tinha na época não me permitem recordar esse momento em particular. Mas o contacto com a sua obra ao longo da minha vida, ajudou-me a apreender valores que hoje considero essenciais. Por tudo isto e por continuares a ajudar milhares de pessoas a manter vivo o Sonho, obrigado amigo Zeca.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Vigilância Presidêncial

Cavaco disse aos jornalistas, em jeito de aviso à AR, que vai estar atento à legislação que irá ser produzida no sentido de despenalizar a IVG. Diz o Sr. Presidente que este assunto merece a sua especial atenção, visto tratar-se de um tema que divide profundamente a sociedade. E que a lei a ser criada deverá ser abrangente e consensual.

Todos sabemos que ao Sr. Presidente, o que dava mesmo jeito era uma lei que reunisse o consenso de PS, PSD e CDS. Isso é que seria uma lei à medida das expectativas presidenciais. Principalmente se fosse da iniciativa de deputadas socialistas como Maria do Rosário Carneiro ou Matilde Sousa Franco. Provavelmente desta vez o Sr. Primeiro-Ministro não lhe irá fazer a vontade. O voto popular é assim mesmo. Às vezes até obriga a quebrar consensos entre forças que se entendem tão bem.

Quanto ao facto de Sua Excelência estar vigilante devido a este ser um assunto que divide profundamente a sociedade, tendo o Sim obtido aproximadamente 20% de vantagem sobre o Não, convinha talvez alguém lembrar ao Prof. Cavaco que o resultado da sua eleição foi de 50,6% contra 49.4%. E uma coisa lhe posso garantir Sr. Presidente: é que também nós, os eleitores vamos estar particularmente vigilantes em relação ao seu desempenho em Belém, por ficarmos constantemente com a sensação de que esta é uma presidência que divide profundamente a sociedade portuguesa.

domingo, fevereiro 11, 2007

SIM, SIM, SIM!

Obviamente a resposta correcta era:















SIM!

Portugal é a partir de hoje um País mais Moderno e Europeu.

Deixo um destaque: para além da bipolarização entre Norte e Sul (em que desta vez o Sul levou a melhor), na faixa etária dos 18 aos 30 anos o SIM obteve uma votação superior a 80%.

O dia decisivo

Esta é a pergunta:
















Como se vê a resposta é fácil, por isso, até às 19:00 todos à assembleia de voto.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Porque SIM!

O resultado do referendo pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez terá um alcance bem maior do que aquele que a pergunta encerra. Está em jogo o avanço civilizacional do país, a evolução das mentalidades lusas. Não nos iludamos: temas como a legalização da eutanásia ou os direitos das minorias sexuais, por exemplo, ficarão gravemente comprometidos em caso a despenalização não avance. Uma hipotética vitória do Não dará às forças mais retrógadas e conservadoras da sociedade portuguesa um peso e influência bem maiores do que elas têm na realidade.
A vitória do Sim será também um sinal de maturidade democrática e de desenvolvimento intelectual. Um sinal claro de que na cabeça dos portugueses há mais do que aquilo que é transmitido pelos media em geral. Televisões, rádios e imprensa têm feito uma campanha descarada pelo Não. Desse lado da barricada encontram-se também, além da ICAR, os grandes financiadores dos movimentos pró-prisão: os grandes grupos económicos, cujas administrações se encontram dominadas pela Opus Dei.
Por tudo isto, no dia 11, vota SIM. Até lá ainda estás a tempo de fazer algo mais. Esclarecer, debater, passar a apalavra de que o voto SIM é o voto que respeita a dignidade humana e que permitirá a Portugal seguir o caminho há muito trilhado pelo mundo desenvolvido.













quinta-feira, fevereiro 01, 2007

O elogio da verdade

Reconheço publicamente que me enganei.
No governo PS há ministros que falam verdade.

Manuel Pinho, ministro da Economia, também conhecido como ministro BES, afirmou perante uma plateia de empresários Chineses e Lusos, que vale a pena investir em Portugal pois é o país europeu onde são praticados os salários mais baixos. Ao ser confrontado com as criticas dos restantes partidos e sindicatos, Manuel Pinho respondeu, talvez inspirado pela relações laborais em vigor na China, que os Sindicatos são forças de atraso e aos partidos de direita acusou-os de má fé. O PS, como de costume remeteu-se ao silêncio, qual virgem envergonhada ao ver a sua nudez revelada. É que Manuel Pinho se limitou a admitir publicamente que tem sido esse o modelo de desenvolvimento preconizado para o país nos últimos 30 anos, quer pela direita, quer pelos socialistas. A única diferença é que, até agora nenhum governo tinha tido coragem de o admitir publicamente. Um bom presente de inicio de ano para todos os eleitores de esquerda que contribuíram para a maioria absoluta do Partido Socialista.