quinta-feira, maio 10, 2007

A carroça socialista avança... cada vez mais oca

Desta vez o PS perde uma das suas maiores figuras. Helena Roseta sai, como há muito me parecia inevitável. Hoje, no PS só há dois caminhos. O escolhido por Helena Roseta ou em alternativa o alinhamento total com a direcção. A crítica não é bem vinda, a opinião do líder é inquestionável e quando se olha para dentro do partido assiste-se a algo entre um pântano de seguidismo e um rebanho de yes-men. A seu tempo tudo isto terá um preço.

Quanto a Roseta, com um percurso político muito interessante e pouco usual no quadro nacional, tem demonstrado por diversas ocasiões ser uma mulher de princípios e valores não disposta a abdicar destes por um qualquer cargo partidário ou mesmo um assento em S. Bento. Infelizmente para ela e para o País, cá no burgo não existe política fora dos partidos, logo não se vislumbram grandes hipóteses para a formação de um movimento de cidadãos de Esquerda que constitua uma alternativa de governação para a capital. Dificilmente conseguirá o apoio dos partidos de Esquerda quando estes já avançaram com os nomes de Ruben de Carvalho e José Sá Fernandes. E o senhor todo-poderoso do PS nunca permitiria que o partido apoiasse uma solução encabeçada por Helena Roseta. No entanto a vida política de Roseta não irá certamente terminar na aventura lisboeta. Outros vôos a aguardam. Cá a esperaremos, sendo certo que se trata de alguém que poderá vir a surpreender mais uma vez toda a gente, até mesmo os guardiões do cinzentismo que paira sobre um País que vive na sombra do grande centrão.